Pôr-do-sol: quantas dimensões no labirinto? |
Apenas um pouco de preguiça, eu acho... Mal comecei na blogosfera e descobri que já está em desuso. Quer conversar, fazer amigos, ser ouvida? Use o twiter: 140 caracteres por minuto, 24 horas por dia, todos os dias da semana, até nas férias! É só do que se fala hoje em dia, twiter pra cá, twiter pra lá, mas acho que o pessoal está se iludindo com esse microblog a jato porque para ter prazer de verdade com a escrita não basta se apaixonar por meia dúzia de palavras; antes é preciso namorar um bom tempo com elas para só então pensar em casamento. A prática generalizada do ficar, até na maneira de escrever, está deixando a vida muito fútil, na minha modesta opinião...
“Nossa memória está sofrendo de Alzheimer”, diz a escritora argentina Beatriz Sarlo (na revista Serrote nº 7) ao analisar o efeito nocivo das redes sociais emergentes sobre o conhecimento humano. O argumento é perfeito: na ânsia de participar de tudo, a presença on line significa liquidar o tempo a troco de nada. Puro desperdício! É como me sinto depois de meio século atuando como professora de História. Nunca desisti de ensinar aos alunos sobre a necessidade de valorizar nossa herança intelectual, mas parece que preguei no deserto. Eu mesma não faço idéia de como sair deste labirinto. Se você tiver alguma pista, me envie um email, como nos velhos tempos...
Anoitece: o jogo de sombras impõe uma dose ainda maior de beleza ao mistério. Esperando o sono chegar, Gigi lê agora o livro começado ontem, cuja leitura havia interrompido neste ponto: |
”De um lado o autor quer ter sua palavra, quer ser dono de um estilo pessoal; de outro, a narrativa se volta para os personagens e para a maneira deles de falar. O dilema aumenta na narração em primeira pessoa, que em geral é uma trapaça e tanto; o narrador finge falar para nós enquanto de fato é o autor quem nos escreve, e aceitamos a farsa alegremente” (argumento nº 22 de James Wood em “Como funciona a ficção”).
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